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sábado, 10 de abril de 2010


Tenho uma facilidade tão grande em escrever, comparando com o resto, é a coisa mais simples do mundo. Todas as outras me parecem tão difíceis, dês de atravessar a rua , até apontar um lápis ou prestar atenção nas coisas.
Não consigo lembrar oque me restava antes deu começar a me apegar pela escrita, e agora não sei oque me resta também. Sempre quis ser advogada, pra mim era como ser uma super-heroína, agora não acho grande coisa, sempre soube que não era capas disso. Talvez eu volte a desenhar roupas, como quando eu era criança e acabava com as folhas do meu pai. Fazia roupas pras bonecas, organizava desfiles milionários.
Provavelmente vou gastar um bom tempo no ensino médio, presa entre minha ausência e o mal estar. Sempre me senti mal dentro da sala de aula. Escola pra mim é sinônimo de tortura, não me lembra de ter aprendido muita coisa na escola, aprendi pouco, sei pouco, muito pouco. Mas o pouco que se aprendi em outros lugares, sozinha ou observando os outros... Sem prestar muita atenção.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

É tranquilo


Esses dias fui entregue a preguiça, esse frio cruel, faz lembrar que ainda não é inverno, mas esta frio como se foce. Fiquei eu embaixo das cobertas, parada, caída, pensando, tanta coisa pra se pensar. Tanta dor de cabeça, fico com dores só de lembrar de tudo que jogo no canto, tudo que lamento na esperança de esquecer. Eu até gosto do frio, mais do que gosto do calor, no calor o sol é desnecessário e pra mim não tem nada pior que alguma coisa ser desperdiçada, jogada fora. No frio o sol fica mais vivo, ele aquece.
Como doem mais os suspiros com esse vento gelado! O ar todo fica gelado, como se você só pudesse se sentir bem dormindo. Tudo que era incomodo fica ainda mais insuportável e o resto das coisas, ficam características. Tanto as boas quanto as ruins, o frio equilibra isso e nada transborda, nada sobra, tudo que esta lá é necessário, mesmo ainda faltando muita coisa , sempre falta. É como se o mundo estivesse parado, e se pode atrasar a respiração, prender o ar por alguns segundos, e ter a sensação de que acabou, de que finalmente acabou!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ainda desejo um mundo parado, não apenas meu, mas absoluto.
Um mundo que não se abale as mudanças, um mundo neutro, imóvel, vazio. Que por mas forte se sejam os desejos, mais numerosos os conselhos, por mais violento que seja o vento. Tudo permaneça intacto e sereno. Parado, como nas fotografias.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vem me buscar daqui, vem me fazer sorrir, vem me levar pra longe. Que só tua paz pode tomar minhas mãos e me tirar do escuro, pois nem imagino quanto se passou, desde que deixei de contar os muros e não sei se sigo ou desisto... E grito só entre os surdos. ~♪






Quando O Veneno Sobe A Lança, Dance of Days

.-. II

Poderia pular esse dia, queria pular esse dia!
Eu gosto de aniversários, muito, mas não vejo motivo pra comemorar o meu, ele sempre acaba em dor de cabeça. Trocaria tudo isso por um dia de silencio, sem ouvir a voz de ninguém, sem barulho, sem palavras, nem falsos votos de felicidade. Sem que me lembrem que estou perdida, sozinha, e que só a salvação não basta! Eu quero mais, muito mas que uma vida tranquila ou silenciosa, muito mas que uma vida feliz! Quero parar de lembrar todas as vezes que sorrio, dos motivos que tenho pra chorar e que não seja vista como estupida por isso, que não dissessem aos sete cantos que não passa de puro mimo!
Era tão bom quando tudo se resumia a " um ou outro", talvez se fosse esse tantinho mais simples, sem precisar de muito tempo pra intender, se tivesse passado menos tempo tentando me intender, ficar confusa não seria mais preciso...
Ainda tenho 10 dias pra imaginar a cena, milhões de possibilidades, ações e reações, quase tanto quanto o numero de lágimas que desperdiço a cada noite que imagino tudo isso, pra chegar no dia e dizer que já sabia, e me questionar o por que, deu ter ficado em casa!
Até esse dia passar, minha vida vai girar em torno disso...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quanto tempo eu posso demorar pra perceber um erro sem ser burra?

.-. I

Faltam 11 dias exatamente! Odeio números quando desse jeito, 16 de abril minha sentença, é quando tento mudar tudo ao meu redor, toda uma vida, esperando que o próximo 16 de abril seja como o esperado. Esperando que os olhares mudem. Meu aniversario consiste no seguinte: sempre cai em dia de semana, por tanto sempre estou na escola, um professor simpático canta parabéns, eu rio com vontade de chorar, algumas pessoas me olham por um instante e dizem " parabéns!", mas na verdade não ligam. Eu não ligo também.
Meu aniversario sempre parece o final de um livro, o pior que se possa imaginar, como se eu mesma tivesse escrito, oque o torna pior ainda. Nada do que eu faço fica bom, não o tanto quanto eu esperava. O melhor do dia acaba sendo o bolo, enquanto as pessoas mastigam, meu pai não faz um discurso melancólico que mais me ofende que alivia, minha mãe não fala nada que possa ferir e meus irmãos por um instante não me olham com aquela cara tipica de " oque ela ta fazendo aqui?! ", estão ocupados comendo bolo.
Prometi que faria uma retrospectiva da minha vida todo 16 de abril, acabo deixando pro ano seguinte, pro próximo 16 de abril, oque não faz diferença já que todo ano é igualmente dramático e fingido! Poderia resumi-los, todos os 16, futuros 17, em apenas uma linha dramática e fingida.

Isso melhora minha ansiedade!
" Então surgiu a luz... e com ela a sombra.
Surgiu a dor... e com ela o alívio.
Para cada sensação, uma de igual valor e força em forma inversa.
E, em meio a isso, também surgiu a corda bamba e o trapézio.
E é aqui que se enxerga a equação em que todos estamos dispostos.
Alguns estão na ponta da vara onde há dor e sombras.
Outros na outra com a luz e o alívio.
E outros se equilibram... e são odiados por aqueles que estão em qualquer uma das pontas.

Para os que se equilibram a virtude é a sabedoria.
Para os que são equilibrados, a fatalidade é a fé.
E, para aqueles que conseguem enxergar a roupa nova do imperador, viver na corda bamba, em qualquer parte da equação, não faz realmente a mínima diferença. "

Nenê Áltro, Os Funerais do Coelho Branco