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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

E ficamos frias minha irmã. Não percebemos a tempo e hoje seu olhar machuca, meu olhar machuca. Se nos tocássemos sentiríamos toda a dor juntas, novamente. E minha culpa não me deixaria ir embora.
A dor maior é de perder uma irmã, e no lugar ganhar novas feridas, que posso ver no teu olhar. Que ainda fere.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Entre o corpo esquálido
E o cálice vazio,
Entre os lábios rachados,
Entre as cinzas do que
Restou de ti frente a teus medos,
Do que contarás para teus filhos.
Entre o espaço dos dias
Que nunca se vão e o olhar
Deprimido frente a televisão,
Trair tudo o que sentes se repete,
Quão mais tentes dizer
Saber que não há
Tantos motivos pra parar e
Tantos motivos pra dizer que não
Faz diferença estar bem.


Dorian, Dance of Days

- Ela disse que veio de um lugar proibido, onde ser gente era pecado, e caixinhas eram mantidas fechadas para que os presentes não fossem expostos. Os presentes tinha valor de caixa, de aparência. Lugar onde chorar era crime, mas não por todos serem felizes.
Ela nunca me explicou direito, só disse que tinha algo haver com o peso daquela quentura salgada, que rasgava o rosto, apagava a mascara, destruía tudo.
O tal lugar, foi fundado sem querer, quase que brincando sem saber quais as consequências. E acabou como estava, proibido.
A mascara dela já estava ruída, nada do que dissesse era valido. A pobre precisava de um papel que provava que o que ela dizia tinha sido dito antes dela, e confirmado! Se não, ela só era o que diziam. E até hoje dizem muita coisa.
Saiu de lá por uma portinha, e veio parar aqui na minha frente, não sei o que fazer com ela.
Talvez deva leva-la de volta. Não posso abandona-la mais do que já esta!