Páginas

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Eu sou tão pequena meu amor, menor que a sua consideração por mim, menor do que o numero de vezes que você realmente sentiu minha falta, que a frequência que você pensou em mim, menor do que o numero de desculpas que você me pediu depois de me diminuir.
Eu sou tão pequena que evito me olhar no espelho, evito dizer meu nome em voz alta, e sussurro sozinha pelos cantos que sou pequena que não fui o suficiente pra ser alguém. Um pequeno grão de chumbo que o veto não leva. Você pode dizer varias vezes, que o que eu sinto não é grande o bastante, que o que eu digo não é verdadeiro, mas meu amor nunca foi pequeno, meu coração nunca foi pequeno, minha gratidão nunca foi pequena meu senso de justiça nunca foi pequeno muito menos meus espírito meu amor. E mesmo que você pense em mim como um pequeno erro irrelevante. Nesse pouco tempo eu estive grande.
Em meus olhos grandes, no grande esforço que coloco em meus objetivos, e no grande sorriso que me permito dar, vejo a pequena ansiando o momento de simplesmente desaparecer sem fazer falta, por ser uma coisa tão pouca, a ponto de não ser lembrada. Para dar lugar a uma mulher grande, forte e claramente determinada a nunca mais ser pequena.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ornamental

O mundo na verdade era como um quarto branco, as paredes, o teto, o piso. Tudo igual, tudo neutro, tudo estéril. Então veio você, uma pequena abertura na parede, uma vista para um campo de girassóis floridos. Perfumes, pétalas e pequenos milagres, mas eu continuava presa em um quarto em branco e o que parecia uma fresta na parede podia ser só uma invenção da minha cabeça, talvez essa distancia era o que me fazia viver nesse jardim e talvez as flores fossem de plástico.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Eu sinceramente tento, desesperadamente ser tudo que escrevo. Ser toda a intensidade e determinação  que filtro da minha mente às palavras.  Em minha cabeça se aglomera uma serie de confissões impronunciáveis, amores e historias inesquecíveis, que não passariam pelo funil que direciona e canaliza meus sentimentos para meus dedos.

domingo, 3 de agosto de 2014

Fiz uma lista de coisas que cortei da minha vida.
Seu nome aparece em uns vinte itens.
Nos espaços vazios que preenchi com você.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Eu quero a morte de todos os meus medos.
A morte de todas as minhas angustias.
A morte de toda a desesperança do futuro.
Não ter que acordar e lidar com os cadáveres.

Não quero conviver com a morte.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A vida é uma coisa fácil de se esquecer é na verdade um espaço em branco, à ser preenchido com coisas passageiras, pra evitar que  as duvidas floresçam nele. A busca pela verdade pode significar olhar para esse vazio e nele ver a si mesmo, perceber que você é só um amontoado de coisas que inventa, mas que em sua essência não significam nada. No meu caso é assim tenho mais duvidas do que as que me cabem no peito e tenho perguntas que nem saberia como fazer. a solução é simples. Preencher esse vazio ou parar de perguntar e se eu parar não tem volta.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Supernova

Eu deitei, cheia de dor no peito,
Cheia de angustia, frustração.
Eu deitei, me cobri, me virei
Minha cabeça, minhas mãos, meus ossos
trêmulos.
As luzes apagadas, eu sussurei:
Isso não é amor.
Meus olhos incharam, me encolhi.
Eu prendi a respiração e mergulhei.
Não caiu uma gota.
É complexo: enjoo, febre, dor, suor.
O oceano, negro e vazio
indiferente.
Seco, completamente seco.
Então a imensidão do espaço me abraçou.
E susurou no meu ouvido:
- Nada sobrevive no vácuo.
Então prendi a respiração e renasci.
 Renasci buraco negro.

sábado, 21 de junho de 2014

Eu tenho um tipo destrutivo de gratidão.
Do tipo que me transborda dos olhos sempre que lembro que alguem me fez feliz, e as vezes deliro com você, como se eu ainda pudesse ser. Em algum lugar onde eu não sou eu, onde eu sou importante, sou sorridente, sou delicada. Num lugar onde você me quer por perto, num lugar onde estou segura, e em meio a isso, não preciso delirar, eu posso viver sã sem explodir em mil pedaços e ter que juntar os caquinhos.
Talvez eu seja mesmo essa pessoa ruim, talvez eu seja soberba, talvez eu seja egoísta, talvez eu seja mimada. Isso explicaria o rumo que as reações em cadeia andam tomando, a concretização do meu karma. Por todas as coisas ruins que farei, por todas as escolhas erradas que tomei e todos que machuquei. insisti em afirmar que estou sempre disposta a me desfazer das coisas ruins, arcar com as consequencias dos meus erros e abandonar o que for prejudicial.
Mas no fim das contas cheiro, ando, falo, faço e penso como a matéria escura que emana do lixo.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Eu estou vazia.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

É simples não ser nada, é leve não ser nada, é puro não ser nada. Não ser nada é simples. A não existência é libertaria, a não existência é alivio, a não existência é pureza.
O que é complexo é existir. Existir e sentir o peso do vazio, existir e ser aprisionado por dores permanentes, existir e se sentir indigna da vida, é o que deixa manchas na alma. E as vezes as manchas são as únicas provas que se tem, de que você existe.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Você cresce ouvindo lindas historias de lagartas que viram borboletas, até chega a sonhar com asas multicoloridas.
Até que a hora de sair da pupa e descobrir que é uma vespa. E que nunca vai ser o inseto mais belo do jardim, talvez a mais feroz.

domingo, 27 de abril de 2014

Delirei - 22

As vezes eu acho graça, de nunca ter paciência com meus próprios dilemas adolescentes.
Eu meio que enxergo um abismo, da infância a vida adulta e talvez a adolescência seja esse abismo.
Acho que a única coisa adolescente que consigo enxergar e admitir em mim, é a sensação de que nada se encaixa, que percebo me empregando as vezes. E não tem nada mais adolescente, que a insegurança de levar essa sensação pra vida adulta. Junto da ansiedade, a espera, de que essa sensação vai passar um dia. E a insegurança de que esse dia especifico esta longe de chegar.
Tenho uma urgência, adolescente também, que não me permite permanecer insegura por muito tempo, eu guardo em mim a necessidade do abandono de hábitos prejudiciais. A autonomia sob meus mergulhos auto destrutivos em materiais corrosivos, mais com a consciência e expectativa, de que só permaneço lá por opção própria. De que posso a qualquer hora, me levantar e sair. Como fiz com a adolescência, deixando lá, um abismo a vida adulta. Me sentir insegura é mergulhar nessa abismo.
As vezes eu esbarro nas coisas que guardei, nas palavras que não disse, e nas que disse também.
Nas coisas que fiz no passado, no remorso, no arrependimento, na sensação de que poderia ter feito mais, ou de que exagerei.
Tempestades em copos d'água, e redemoinhos na garganta.
Quinas invisíveis onde trisco meus pés; dores incomodas, mas não suficientemente prejudiciais pra impulsionar alguma mudança. Não se pode mudar o passado.
 Basta um chacoalhar de cabeça. como se um enxame de insetos zumbisse em meus ouvidos e ferroassem minhas emoções, com coisas que eu tento espantar.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Eu me afastei de mim pra tentar arrancar marcas alheias, essas marcas que as pessoas deixam na gente. Deixei de fazer coisas, de ouvir musicas, pra tentar esquecer da solidão que só sente quem já teve algum pra lhe fazer companhia. Acabei me perdendo um pouco mais.
Me prometi não me amargurar por consequência dos erros dos outros, mas é complicado determinar quando você esta amadurecendo ou apenas se tornando mais amarga, difícil também permanecer aberta a novos sorrisos, quando os que você ofereceu foram muito mal agradecidos. E quando essa ingratidão não vem com arrependimento.
Não quero me tornar uma pessoa amarga, enquanto não suporto a ideia de ser cada dia mais vulnerável, cada dia mais propensa a acidentes de sensibilidade e tropeços em decepções traumáticas, o que me leva a pensar que minha doçura é algum tipo de maldição que eu tenho que quebrar. Não quero mais a influencia do mundo em meu espírito. Não quero mais as marcas do acaso em minha alma, quero a certeza de que quem eu sou agora, também merece ser feliz e me livrar da sensação de que tenho que ajustar, moldar, esculpir minha existência, pra me encaixar em alguma felicidade sem dono. Como se a pessoa que eu sou, fosse indigna da beleza que sente e não consegue transmitir.

sábado, 8 de março de 2014


Eu já disse mais de um milhão de vezes que cansei, estou mais de mil vezes exausta e continuo mantendo o silencio. Continuo me cansando, voluntariamente, consciente do quão cansativa esse situação pode ser. É difícil encarar o fato de que não se pode ter o controle sobre algumas coisas, mas difícil ainda quando é dentro de você que esse descontrole se instala. E mesmo tão perto, ainda esta fora do seu alcance. Não tem como regular, ajustar ou aparar as arestas, pois esta seguro. Onde nem o tempo, nem as magoas, nem as decepções são capazes de corromper. Onde ele pode correr livre no pensamento, perturbando o sono e obrigando e fazer coisas cansativas e prejudicais. Afastado de todo desastre que costuma se alimentar de sentimentos frustrados. Em um lugar seguro, onde nunca vou estar. Estou fadada a assistir como um filme de terror, toda a felicidade que não consigo alcançar.
Pra quem é sonhador o mais difícil é parar de sonhar, as coisa sempre vão ter um toque de imaginário absurdo e irreal. Sonhar vai vir junto com o abrir dos olhos a vida inteira, vai saltar da boca, das  mãos e dos dedos pra qualquer coisa que se toque. Sonhar é uma dádiva permanente. insistente e implacável. É se jogar de cabeça de um precipício todos os dias sem poder evitar. Não se pode evitar ter sonhos, mas se você luta contra isso, sua imaginação pode criar pesadelos, tentar te destruir de dentro pra fora, da expectativa à realidade. Deixar de sonhar ameaça suas crenças, ameaçar a fé pode começar uma guerra por esperança dentro de você, nessa guerra cada um usa as armas que possui.
Já me chamaram de puta, por quê não dei
Já me chamaram de falsa, por quê achei graça e ri
Já me chamaram de cega, por quê não viram o que eu vi

Delirei Versos - Cinco

É como ler um livro, cheio de emoções alheias, que despertam as minhas.
Não sei do que estão falando, nunca sei.
É uma musica alta, uma energia externa que impregna a minha interna.
E no fim somos um e não somos.
Depois de alguns versos, não faz diferença quem sou, já estou tomada de tudo.
Minhas emoções viram energias alheias, que não são, que não me pertencem, que não identifico, que não pronuncio.
E deixo em aberto.
Eu não me identifiquei com essa musica.
Mas a ideia de ver emoções explodirem, acordou as minhas.

Delirei - 23

Eu acho que é isso, por pensamentos em pratica.
Nunca me permiti reclamar de alguma coisa a qual não estivesse disposta a fazer algo a respeito. E nesse esforço anti hipócrita, acabei me calando pra coisas extremamente graves, por medo das consequências das minhas ações. Tentei ser responsável, tentei aceitar só o que eu estava disposta a oferecer, mas na verdade nunca vou saber mediar nem ponderar a intensidade desse tipo de troca, sempre fui inocente e desapegada nesse quesito, sou do tipo que troca ouro por espelhos ou qualquer outro vidrinho brilhante que me lembre um arco ires.
Eu percebi que estou insatisfeita, com as faltas, com as perdas e principalmente com a negligencia, que sempre foi meu ponto fraco.
Deixei de esperar das pessoas, deixei de esperar qualquer coisa, das péssimas pessoas. E o que vem é lucro. Isso é péssimo, mereço mais.
Não sou do tipo que cobra, mas também não sou do tipo que faz movimentos solitários, nem desculpo erros intencionais. Menos sustento imagens de doçura por conveniência, infelizmente minha doçura é uma das partes da minha natureza, que tento matar a anos, uma das partes que esse mundo não merece. E ultimamente estou tentando ser reciproca.
Já suprimi muito palavrão e valeu a pena até agora. Agora vou tentar suprimir alguma outra coisa, que não tente me ferir quando eu estiver sozinha. Coisas que clareiam minha mente a ponto de cegar, uma cegueira que posso evitar, mas não queria até agora.
Agora se tornou uma palavra imediata, percebi que só tenho isso, e estou insatisfeita. Então o agora é qualquer decisão que eu tomar sobre um longo período de tempo, que é uma questão imediata também, pra garantir os próximos dias e todo o mais, que eu mereço.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Eu cai aquela hora, na hora em que vi nos olhos da minha mãe, o cansaço e a busca por consolo, o desgaste. Eu não sinto muita coisa a muito tempo, quase que cega pra tudo, estática, petrificada. Cai como uma pedra de um precipício, flutuando no ar, esmagando insetos, cortando o vento e caindo uma queda livre, sem sentir muita dor. Eu queria dizer que sinto a sua falta, pensei em duas mil maneiras de dizer isso, de chamar sua atenção. E agora estou caindo, e a saudade é um fantasma, em que eu tento me segurar, pra não me espatifar no chão, e me dissipar como areia.
Já não sinto muita coisa a muito tempo, e sempre que sinto, é falta de você. Porque você me da esperanças, você me faz sentir alguma coisa.
Eu precisava de um alguém, que sabia que não estaria lá.
Tenho a sensação permanente de que estou sozinha e finjo que estou conformada, que não preciso de ninguém.
Mas a verdade é que sei que quem eu preciso não vai estar comigo, nem no mais profundo dos meus sonhos, sei que vou estar sozinha, só procuro um modo de não me culpar por isso.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Delirei Versos - Quatro

No fundo do poço.
Deito e espero a chuva
Uma hora flutuo
Uma hora transbordo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Eu me culpo de mais, me sinto incapaz, impotente, por não conseguir simplificar as coisas. Por não ver saídas fáceis em lugar algum, e tudo fica tão sem solução. O medo de dar um paço em falso, de cair em um abismo que eu mesma criei, de falhar. Ou de complicar ainda mais coisas simples. Eu tenho pros e contras, eu tenho motivações, justificativas, sólidos pontos de vista, e mesmo assim tudo parece tão sem solução.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Experiente acordar todos os dias, e derrubar da cama, todas as manhãs, a noite anterior, as angustias anteriores. Eu estou triste a muito tempo, tempo o bastante pra me cansar, parar de chorar, não saber o que fazer quando estou triste, então me encolher na cama, apertar as cobertas.
Me decepcionei tanto, com o dia, com a luz, a vida, lagrimas; esperei demais de um chorro escondido, a solução de uma vida. E me decepcionei comigo, porque prometi resolver meus problemas, por mim. E só a mim decepcionei....
Eu estava em um quarto,
Frestas lacradas
Gaz aberto
Sem poder respirar.
Eu lacrei o quarto.
Eu abri o gaz.
Eu estava lá.
Não me permitia respirar.

Minha voz é suicida.
Minha alma, se auto destrói
Não chorar é pior jeito de morrer.
Eu estava morrendo
Sofrendo
Reprimida
Porque não me permitia lamentar.

Sou forte de mais pra sentir dor
Sou fraca, sou frágil, patética.
Sufocada.

Alma Penada

As vezes eu sinto inveja, do vazio das pessoas, desse necessidade de preenchimento que nunca tive em mim. Sinto inveja de ferocidade com que as pessoas buscam abrigo e cura. Dispostas a passar por cima de qualquer coisa pra saciar o gosto amargo da solidão, quando a solidão a mim, acalenta e tranquiliza. Sou um ser vivo lotado, sem espaços disponíveis, sem olhares famintos, sem carência de atenção. E finco os pés na ideia de que isso me torna livre. mas na realidade, não sei como nomear meu estado de espírito.