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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Rainha do Drama, Serviço Secreto

Há tantos pensamentos em mim e estava doendo tanto.
 Como um corpo estranho; expulsei, exorcizei de mim, meu coração. Meu coração ficou doente. Não aguentou meus segredos, minhas repressões e tudo desconsolo que escondi. Adoeceu, porque não soube ignorar. Ele não foi forte o bastante, não aguentou esquecer e fugir, ele não aguentou mais um não. Ele queria enfrentar! Não me deixou escolha.
- Não se preocupem, mandei um especialista à imprensa, ele vai confirmar a morte natural.-  não foi morte natural.- mandei o especialista dizer, eles não vão contestar o especialista.

Ele tentou me destruir, meu coração, meus sentimentos me traíram. Tentei calar, e eles me traíram. Se rebelaram contra mim. Escorreram pelo rosto. Por isso quis expurgar meu coração. Sem direito a exílio. Expulsar desse mundo onde não tem lugar pra ele. Meu mundo não tem lugar pra ele!
 Não tem lugar pra mais nada alem de mim, nada alem dos meus segredos e minhas repressões. Tenho sempre tanta transformação, tantas coisinhas pequenas crescendo. Não tem lugar pra ele! Foi duro saber disso desde cedo. Coração é um lugar tão espaçoso; se deixasse lugar vago, se encheria de medo, nada em mim merece medo. Então reprimi tudo que havia pra se preencher; qualquer coisa que pudesse virar medo. Pelo bem de tudo que há em mim. Não me arrependo, pois se continuasse com o coração, mesmo preso, acorrentado. Ele viraria medo eu sinto; tudo em mim clama por medo, seria o fim do meu império. Não tive escolha, não tive escolha, não tenho escolha, não tenho medo...