Páginas

sábado, 3 de abril de 2010

Conto: Pontinhos Brilhantes II

Eu vou, mas minha mente fica
No momento do show, não era possível se ouvir nada alem das musicas, e era essa a intenção. Por isso os dois não conseguiram ouvir nada um do outro alem dos nomes.
- QUAL É SEU NOME? Disse ele, sem poder ouvir nem a própria voz, e acreditando ter dito uma palavra errada.
Ela só conseguiu ouvir " nome " e como era boa em fragmentos, disse em alto e doce som, perto do ouvido do rapas.
- ANDREIA! Acompanhado de um sorriso tímido, quase proposital.
- O MEU É LEVI, E VOCÊ É PERFEITA!
Ela sorriu novamente, e arrastou ele pra mais perto do palco, para que pudesse ouvir menos ainda. Chegaram o mais perto que conseguiram, dançaram, pularam, gritaram e se perderam nos braços um do outro.
Quando ela voltou pra casa no meio da madrugada, foi para o quarto em silencio para que seus pais não percebessem que sua presença pela casa, naquele horário se percebessem, não pensariam duas vezes antes e deixa-la de castigo por semanas, o que nunca a impediu de chegar tarde. Se jogou na cama e ficou lá, olhando pra cima, sonhando por alguns minutos, pensando; " de onde foi que ele veio, quem mandou ele e por que me faz tão feliz?!". Fechou os olhos, sorriu sozinha por mais um tempo e adormeceu.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Hoje, mais um dia em que pensei ser predestinada!
Tenho que aprender a separar realidade e ficção...

Conto: Tudo que eu fui quando cresci I

Uma bêbada que pensa?!

Hoje o álcool não fez o efeito esperado, e acho graça nesse fato. Não recebo noticias da minha vida faz anos, tudo dura sempre o mesmo tempo, mesma contagem. Quatro paredes, não 16 paredes, dezesseis sujas e velhas paredes, 19 anos, tudo que preciso pra continuar envelhecendo. Comida, roupa limpa, quando limpo, cigarro e bebida...

- Aquele velho me enganou, velho maldito, me vendeu caldo de cana dizendo que era álcool, isso não é álcool!
Olho pra cima e percebo que estou tão bêbada que nem me reconheço no espelho.
- Hahahahaah, criatura patética, nada faz sentido enquanto não tenho sentidos.
Coisas tão simples são as mais difíceis pra pessoas como eu, pessoas... Pessoas? Pessoas não são pessoas, pessoas não são humanas, nunca foram, pessoas sempre foram pessoas!


---------------------------------------------------------------------------------
Ruas, são só ruas


Eu trabalho no Douceur Bar's, se é que posso dizer que foço isso, sou stripper nesse lugar que é mais podre que a casa onde moro. Se pudesse explodiria aquele lugar, de preferencia comigo dentro, eu e o sujo do meu chefe, cafetão barato, broxa desgraçado, pensa que eu sou a mãe dele! Não sou prostituta, oque foço é arte, sei de pessoas mais bonitas que eu, que não alcançam metade do meu nível de sedução. Motivo de orgulho? Acho que não.
Quando mais nova, dizia que mulheres não são apenas um “pedaço de carne”, e hoje com 19 anos, sem muita diferença daquela época, ganho a vida fazendo com que pensem exatamente isso... Inteligencia? Cuidado quando for dar a resposta!
Moro com uma drogada, os pais não aguentaram os vícios e ameaças, lhe compraram um apartamento, e a jogaram a própria sorte. Não somos amigas, com certeza não é isso que somos, uma não encosta na outra, eu pago as contas e tenho teto e comida, quando compro. E durmo com alguns traficantes de vezem quando.
Os pais dela cuidam do resto, aluguel, gasolina, e eventualmente as drogas da vagabunda. É claro eles não sabem de nada, e eu finjo que acredito. Afinal eles fizeram tudo que podiam por ela, mas acho que a questão é oque não deveriam ter feito. Não pago aluguel e os pais dela não ousam me expulsar daqui. Sabem que se ela esta viva até hoje é porque não a deixei morrer, meu salario é oque poem comida aqui dentro. O dinheiro que eles mandão, adivinha!?
Sorte minha dela se afogar nessas porcarias, se cobrasse aluguel provavelmente estaria usando drogas. É só isso que posso comprar com meu salario de fome, é oque tem de mais barato nas ruas!
E eu já vivi nas ruas...
Ruth é minha amiga, melhor amiga se posso chama-la assim, a vagabunda já me roubou dois namorados mas eu me vinguei. Ela trabalha comigo, a víbora mais experiente daquele lugar, não a mais velha, mas te enganaria fácil se quisesse. Ela me mostrou um brilho tão incomum em seu olhar, acho que seu rebolado apaga todo ele, as vezes parece até que não existe. Ela foi quem me ensinou tudo que sei, e mais algumas coisas, se contasse tudo que aconteceu naquele camarim... Me ensinou a perceber oque eles querem pelo olhar, e mostrar que você tem tudo, mas que não vão conseguir tão fácil.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Feliz Aniversario

Os mesmos motivos,reações diferentes
Primeiro de abril é um dia de tristezas, dizem ser da mentira, mas pra mim é deferente tudo que esse dia me lembra, é pura e dolorosa verdade. Hoje quando acordei estava bem, mas é o dever da lembrança fazer lembrar os detalhes.

Hoje é aniversario dela, Amanda uma de minhas melhores amigas, ex-melhor amiga. Nem sei como aconteceu, e fiz de tudo pra que não fosse assim. Talvez se tivesse um final brusco o dia não me doeria tanto e as lembranças não seriam tão presentes e frescas quanto agora. Deixamos de ser amigas com o tempo, com as mudanças provenientes do passar dele, e do jeito como crescemos tanto juntas quanto separadas. Foi assim derrepente, um dia pensava conhecer ela, todas as manias, todos os olhares, e no outro eramos como estranhas. Ai meu sorriso não bastava mais pra faze-la sorrir.

- Oque foi Raquel, Que cara é essa?

- Nada, só pensando na vida!

- Você "brisa" de mais, termina a lição...

- Rrsrsrs, é, faz parte de mim.

Talvez se eu tivesse dito todo que precisava, ela pudesse segurar minha mão e não me deixar cair, mas de algum jeito, só por ela não saber que devia, me empurrou e cai. E perdi um ano de minha vida, entre pensamentos distantes e risadas forçadas, o pior foi que disso tudo só levei lembranças. Aquele tipo de lembrança que doí só por saber que existe, quando lembro daqueles dias em que pensei viver um pesadelo, lembro também que meu sorriso não bastava mais pra faze-la sorrir e era o sorriso dela que importava. Foi a ultima coisa que vi entes da queda, e tenho a impressão que a cada primeiro de abril, caio mais um pouquinho em meio aos arrependimentos. Talvez não pudesse fazer nada, não pudesse mudar nada, e nossas personalidades não combinam.
Mas ainda lembro dela sorrindo.

terça-feira, 30 de março de 2010

Muito mais


Quando tenho algo a dizer, me calo e foço naquele silencio, um discurso.
Nesse meio tempo, treino o choro, escolho em meio aos sinônimos, e deles faço uma fala tão longa e cheia de pedacinhos importantes, na cabeça fica uma coisa tão bem feita. Que nem acredito que fui eu que fiz. Por algum motivo, ao invés de falar, formulo, reviso e concluo discursos que falariam mais de mim do que todos os meus textos juntos. Mas não por eu falar de mim nos discursos... Existe mas de alguém, qualquer um, em uma intensão ou ideia. Do que num mundo de palavras de definição, assim se usam primeiras impressões!

?!

Ahhhhhh, não intendo nada!! Permaneço aqui, desenformadamente tranquila, mesmo sabendo que tem algo acontecendo. Ahhhhhhhhhhhhh , malita curiosidade, só quero saber um pedacinho, o resto não importa! Invento eu se for preciso, mas me polpe dessa curiosidade, é desumano, é cruel, e bem a sua cara!
Mas me polpe dessa coisa violenta, que me arranca do tranquilo "não quero saber", eu sei que algo esta acontecendo!Diga então o por que de não contar.
O reflexo, com meus olhos, importa mais que a luz natural. As consequências mais que os atos, o andado mais que o caminho inteiro. Inteiro me parece tão longe.

Foto

E tudo se resume aos olhos.
Entrada, janela e saída.
O que será agora, só depende da visão.

Dentro de tudo

Sei me esconder entre as vozes
Me camuflar sob meus feitos.
Sei fazer causas contadas, tão falsas quanto velozes
Tudo formado ao contrario, dos meus fracos e gritantes defeitos.

Colho de tudo que vejo, todo significado aos meus direitos

Assim consigo cavalgar junto as flores
não as machuco, não removo, não as piso.
Invento inúmeros amores.
Em todos penduro este guizo.

E quando dizem ser preciso
Viver do pensamento concreto
Prefiro ficar no prejuízo
Por esse meu estado incerto

Mas insisto em perder o juízo!
No lugar de pensar no correto.
Melhor viver do pouco riso
Sem luxo de caminho reto!

Nem penso muito no que existe,
Prefiro ficar quieta no meu canto,
Faz parte da vida ficar triste.
Ai ponho palavras, no lugar do pranto!

domingo, 28 de março de 2010

Juntas


Somos tão ingenuas, tão bobonas, que quando juntas só lembramos que somos felizes, juntas só rimos, só vivemos, só sentimos e pulamos, cantamos e esquecemos que vivemos nesse mundo. *0*
- O mundo não existe, só existe isso que vivemos, juntas.

E juntas, uma do lado da outra, esquecemos que já ficamos tristes! Juntas a tristeza não existe!

O que você gostaria que existisse?

"Uma coisa no universo, que fizesse todo mundo ser capas de ter um mundo, que cada um moldasse um mundo do jeito que você quisesse *0* isso seria perfeito! Ai mal, não faria mal à quem não quisesse, e as coisas boas estariam presentes em tudo, dependendo da vontade de cada um!" *-*

Conto: Pontinhos Brilhantes I

Suavidade

Andreia vivia num lugar estranho, no tipo de lugar que dizem que você tende ser normal, mas não dizem com clareza oque isso significa!
E ela era boa em compreender significados, pegar fragmentos e montar castelos que ali haviam antes...
Um dia foi mais alem, começou a inventar coisas que nem mesmo ela saberia classificar ou decifrar. Debruçou-se na janela olhou a distancia pequena dela para o chão e vicie-verça. Quase voou perante a seus olhos, mexia suas mãos pintadas com um esmalte vibrante, com uma suavidade comum. Como se imitasse o vento, de um lado para o outro, as vezes dava voltas. Atravessava o quarto, derrubava os papeis sobre a mesa e acabava deitada no travesseiro. Ela ria quase que euforicamente da imitação nada fiel a real movimentação do vento, já que o original não tinha o inicio na janela de seu quarto. Assim começou sua aventura, tardia se assim posso chamar.
Naquela tarde fresca, de brisa serena e cheiro de vida, Andreia inventou um alguém novo. Feito de magia, imaginação e do telefonema que recebeu de alguém real.
O nome era Levi, Andreia o conheceu num show da banda predileta, enquanto pulava, dançava e gritava a letra de todas as musicas da banda, foi ai que os olhos dele reluziram mais que os efeitos do show.
Ele dava um sorriso largo, enquanto olhava diretamente pra ela, e se divertia com a exaltação dela enquanto gritava e perdia a voz, em meio aos refrões, batidas fortes e psicodélicas. Quando ela percebeu eles já estavam um do lado do outro dançando e enlouquecendo juntos, e mais rápido ainda se envolvendo em calorosos e doces beijos casuais.
A musica sempre exerceu um efeito agitado nela, sempre que ouvia aquelas musicas que por mais gritadas, pesadas, ou mal feitas, o que muitas delas eram, pra ela, pareciam as coisas mais perfeitas do universo. E o universo seria perfeito se girasse, agisse, e todo e qualquer som que se pudesse ouvir, fossem aquelas musicas. E tudo que acontecia ao som delas, era mais perfeito ainda! Como os suaves beijos de Levi.