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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Pandora foi feita para o caos
em qualquer um dos efeitos
Pandora é o recipiente do caos
e não adianta mais fingir
Por mais que culpa não seja qualidade.
ela esta cheia.
ela tem muito.
Mas não tem lugar pra ela
em lugar algum.
Pandora é o presente dos Deuses
mas sua única função é morrer
Para que a caixa se feixe
e os males se sessem
Mas Pandora foi feita para o caos
e não tem caos maior que a vida
E só por isso
Pandora ainda vive
e vai ser sempre imortal.
Eu crio heterônimos, pra tentar ser tudo que eu não sou normalmente, mas que tenho gravado em mim de alguma maneira.
Crio sonhos, pra parar de desejar que essa vida seja apenas um pesadelo.
Crio angustias, pra olhar no espelho e dizer pra mim mesma que eu venci algo. Que não fui derrotada, não o tempo inteiro
Guerras internas, pra suportar as externas, armaduras douradas pintadas a mão, com esmalte de unha. Lábios coloridos, olhos delineados e saias curtas.
Sem sorriso algum no rosto, com um riso fácil.
Quando danço é pra mim, quando canto é para os meus ouvidos, pra ensurdecer meus pensamentos, pra sonhar.
Pra evitar olhar no espelho e ver tudo que eu nunca vou ser, pra não me marcar mais
Pra não me sangrar mais
Eu crio, pra não desaparecer.

Eu tento não me matar, nem deixar definhar partes de mim.
Mas as vezes é inevitável morrer.

Pandora

É uma tristeza existencial, do tipo que tenho medo de falar. Do tipo, que não confio a ninguém.
A tempos não é mais seguro.
Não tenho mais esperanças de um dia estar segura, essa inocência eu já perdi.
Talvez por isso que não reaja, talvez por isso, que o que foi bom, já não tenha gosto de nada
E me apego as coisas que estão ao meu redor, toda e qualquer coisa que não escorra pelas mãos, agarro com toda força.
Para não ser sugada, pelo abismo que tenho dentro do peito.Tento colocar esse abismo pra fora.
Muita coisa já foi engolida pelo obscuro em mim, as vezes acho que estou me tornando o obscuro.
Dai a tristeza aumenta. E as vezes me pego pensando, que deveria me deixar levar pela correnteza, que me puxa para as profundezas de mim. Que deveria me assumir sombria. Ser engolida, por todas as sombras nas quais me escondo. E traída por todas as mentiras que conto.
A cada dia que passa, a cada resistência a essa força, tenho a confirmação de que é pra lá que tudo vai. Tento não ser sugada, mas as vezes tenho vontade de pular.
Uma queda livre, sem traumas, sem neuras e talvez sem dor. Talvez o fim.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Era uma vez uma menina
Que gostava de dormir,
E ela dormi tão profundamente
Que quando acordou
O mundo estava diferente.

e aquilo não passou de um sonho.