Páginas

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Eu cai aquela hora, na hora em que vi nos olhos da minha mãe, o cansaço e a busca por consolo, o desgaste. Eu não sinto muita coisa a muito tempo, quase que cega pra tudo, estática, petrificada. Cai como uma pedra de um precipício, flutuando no ar, esmagando insetos, cortando o vento e caindo uma queda livre, sem sentir muita dor. Eu queria dizer que sinto a sua falta, pensei em duas mil maneiras de dizer isso, de chamar sua atenção. E agora estou caindo, e a saudade é um fantasma, em que eu tento me segurar, pra não me espatifar no chão, e me dissipar como areia.
Já não sinto muita coisa a muito tempo, e sempre que sinto, é falta de você. Porque você me da esperanças, você me faz sentir alguma coisa.
Eu precisava de um alguém, que sabia que não estaria lá.
Tenho a sensação permanente de que estou sozinha e finjo que estou conformada, que não preciso de ninguém.
Mas a verdade é que sei que quem eu preciso não vai estar comigo, nem no mais profundo dos meus sonhos, sei que vou estar sozinha, só procuro um modo de não me culpar por isso.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Delirei Versos - Quatro

No fundo do poço.
Deito e espero a chuva
Uma hora flutuo
Uma hora transbordo.