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terça-feira, 13 de março de 2012

Quase não gastei papel. I

Seis dias seguidos olhando pro teto, com pausas de dose em dose horas, mas foram 6 dias ao todo. Não consegui parar de pensar naquilo e os pontos ao redor se desfocavam se passava muito tempo olhando, era um risco que estava disposto a correr, era mais tranquilo ali.
Rodolfo levanta da cama, a mãe preparando a bandeja de café da manhã, e ele se levanta, depois de seis dias olhando pro teto. São um, dois, três, treze passos até o box do banheiro. Vira o registro do chuveiro, procura não olhar pra cima, e encarar o bolor incrustado no teto , e começa mais um ritual; fecha o registro, abre o registro, fecha o registro, abre o registo, esta aberto. - Agora é seguro.- volta ao quarto, troca as meias sujas, de seis dias, pelos chinelos de borracha. O chuveiro ainda aberto, o barulho lembra alguma coisa, mais Rodolfo evita pensar nisso.
Abre o lado esquerdo da janela, fecha o vidro direito, abre o lado direito; fecha os dois vidros com trinco e cadeado, vira a chave, uma, duas, três, treze vezes.- Agora é seguro.- e essa é a segunda segurança do dia.

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