Tem decisões que são tomadas, com a participação de todo o meu corpo.E foi isso que
aconteceu, me decidi.
Meu corpo inteiro me gritou a resposta. Eu tenho
uma certeza que levo comigo, uma coisa tão incontestável, que consegui
convencer todo o meu corpo, menos o coração. Meu coração é piada nas
conversas mais ocultas, é o tolo de ideias abstratas, nunca deve ser
levado a serio.
Todo o meu corpo sabe disso.
Quando tomei essa decisão,
tentei ser gentil com ele, e tentar convence-lo da verdade, mais uma
vez. Ele não me ouve, é furioso, independente, desfigurado e teimoso de
mais pra me ouvir.
Fiz por ele, pra proteger a minha parte mais
autônoma, das frustrações do meu corpo.
Mas ele sempre toma a linha de
frente, e leva as surras.
Leva por mim e pelo resto do meu corpo, ele
leva surras pra proteger minhas certezas.
A parte mais fragil de mim que deveria
ser protegida, mas eu a exclui das minhas decições, pois não a entendo, não concordo e estou inteiramente certa nisso.
Falhei em mantê-lo seguro, se o tivesse ouvido, teria falhado do mesmo
modo. Mas teria falhado com todo o meu corpo.
Ele sofre sozinho de
qualquer maneira. Nenhuma epifania pode mudar isso.
É teimoso de mais pra ver a verdade,
eu sou teimosa de mais pra ouvir meu coração, e mesmo estando certa
desde o inicio, falhei.
Se estivesse errada, teria falhado em dobro, e
no fim era o que eu queria, eu queria estar errada de todo o meu coração. Mas no fim, tomei a decisão certa.
E ele tomou a linha de frente, foi
atingido, e o fez por inteiro.
Eu falhei por estar certa, totalmente
certa, com todo o meu corpo, menos com meu coração.
Mas o resto do meu corpo não tem essa inocência tola, meu
corpo não para pra socorrer os feridos!
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