Queria desabar, no fim das contas. Mas na realidade, não tenho motivos.
Aquele velho clichê absurdo, de tristezas repentinas, que não solto por que não tenho motivos.
A sua existência me deixa triste, o fato de você habitar algum lugar, de falar alguma coisa, o seu andar de um cômodo a outro. Pisoteia todas as angustias repentinas que tenho.
Eu queria poder chorar por isso e sou obrigada a esperar um motivo.
Sinceramente, tenho a consciência de que isso é uma coisa minha, uma inspiração egocêntrica, que me leva a criar uma tristeza, pra fugir de mim. A tentativa desesperada de me sentir, me exercer, me cansar com a maior eficiência do mundo, mesmo eu sendo toda angustia.
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