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domingo, 16 de maio de 2010

Conto: Tuga II

Casas barulhentas e vazias não bastavam à Tuga, onde tinha som estava ela, dançando 24 horas por dia, sem preocupação nem culpa.
Alma penada, ao menos era alma e sabia o seu significado, era mais interior que exterior, mais profundidade que fundo do buraco! Tinha tato olfato e uma sensibilidade maior que ela mesma, como se sentisse a vibração do som a distancia, mesmo que só um ruido.

- Nunca, uma festa é alegre por inteiro!

E lá estava ela, com seus olhos coloridos, enormes e todo o resto preto e branco, cinza. Observava aqueles invisiveis, que mudam os nomes das festa, ou só empregam outro significado ao nome. Com todas as suas bitucas de cigarro, queimando seu interior e fingindo que não percebem, fingem que é só o cigarro que queima.

- Os solitários intendem que a solidão é tão preciosa quanto uma companhia importante. Alguns enquanto sozinhos até agem como acompanhados. Outros nem isso.

As vezes enquanto na festa, Tuga escandalosa, distante, convidava um ou dois para dançar, demoradas baladinhas radiofônicas. Algumas danças rápidas, minutos, horas, dias...Anos. Vezes até, a dança passa de pai pra filho, ou à família toda dependendo da habilidade na dança. Gerações que não terminam uma única dança, a musica muda, os pares se desfazem e a dança continua.
Rodopios e movimentos de mão. Dificuldade! Essas demoradas as mais bonitas, bem feitas, acabam sendo também as mais simples mesmo com as maiores dificuldades. Devido a demora, o numero de passos e a variedade de notas que estruturam a melodia, cada detalhe grita, toda linha tem um nome e numero de serie. Tipo de coisa que gruda na memoria e absorve o tempo como se a dança começasse aquele instante. E Tuga não se cansa jamais.

- Existem sons eternos!

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