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sexta-feira, 4 de junho de 2010


As vozes invadem a sala, não luto, não mais. Podem levar tudo, leva meu tesouro, leva. Só não me maltrata tanto...
Sabe, isso me tira um peso da garganta. Essas palavras que mantenho entaladas, faz-me vomitar uma a uma, mesmo que ninguém ouça.
Quando se calam as vozes é pior, não ouço nada alem da minha, rouca e gasta. E esse cheiro forte do vomito, acumulado no chão, no fundo do poço. Que continuem as vozes!
Meus pés são fortes, aguentam mais uma leva de suco gástrico. Os timbres únicos de cada uma formam um som tão revelador, que até destampo os ouvidos de vez em quando. Quando se vão essas vozes, ainda fica o cheiro, a imagem. Ainda fico eu aqui, ou o que resta depois da sua passagem, que é pior até do que a estadia.
As portas ficam abertas.

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